quarta-feira, 6 de março de 2013

Compartilho com vocês algumas imagens obtidas nesses tão maravilhosos microscópios que nos permitem um melhor estudo e compreensão do universo de seres micro e nanométricos.

Fonte própria (Gonçalves et al 2012)

Imagem de Klebsiella penumoniae obtida por microscopia óptica. Células submetidas a coloração Anthony´s capsule, onde a cápsula encontra-se evidenciada em torno da célula bacteriana, refringente à microscopia.

Além das microscopias convencionais, outras como a Microscopia de Força Atômica (MFA/AFM) nos permite uma visualização tridimensional, utilizando um pequeno volume de amostra sem ser necessário nenhum tratamento com a mesma.


Segue algumas imagens obtidas por microscopia de força atômica:

Fonte própria (Gonçalves et al 2012)
Imagem de  Klebsiella pneumoniae visualizada por microscopia de Força Atômica.

Fonte própria (Gonçalves et al 2012)

Imagens de Enterococcus faecalis visualizada por microscopia de Força Atômica.


Como Robert Hookie já previa em 1664 com a ajuda de um microscópio não há nada tão pequeno que possa escapar às nossas investigações; portanto há um novo e visível mundo descoberto a ser entendido. Com o advento dos microscópios de varredura por sonda (MVS)e entre eles o microscópio de força atômica, foram rompidas grandiosas barreiras do conhecimento. Conforme ocorre o avanço da ciência surge um novo leque de aplicações para o MFA.


Por fim, deixo um vídeo com algumas imagens de microscopia eletrônica para vocês se deliciarem.




Saudações Biomédicas!

Profa. Thially Braga Gonçalves


Referência:

Gonçalves, T.B. et al. Effect of subinihibitory and inhibitory concentrations of Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng essential oil onKlebsiella pneumoniae. Phytomedicine. Volume 19, Issue 11, 15 August 2012, Pages 962–968. http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0944711312001912

AVANÇOS TECNOLÓGICOS NOS TIPOS DE MICROSCOPIAS

Autor: Ediberto Moreira Abravanel

Introdução: Na história da microscopia, 200 anos foram necessários para que o microscópio deixasse de ser um instrumento exótico e pouco acessível para ser usado em uma escala mais ampla. Então, a partir do séc. XIX, graças aos estudos realizados por microscopistas puderam afirmar o conceito de célula como verdade científica, surgindo a ciência da biologia celular (Melo, 2002).
Microscópios são aparelhos nos quais lentes de vidro são associadas de tal forma que se consiga reproduzir para o olho humano, uma imagem aumentada e detalhada de objetos, células, tecidos e órgãos, que à olho nu não seria possível de se observar mais detalhes (Taboga, 2001)
Adicionalmente, o microscópio apresenta uma base mecânica (base, braço, revólver, platina, charriot, parafusos macro e micrométrico e parafuso de regulagem do condensador) e um sistema de iluminação (fonte luminosa,diafragmas, condensador e filtros). O pé ou Base – suporta o microscópio, assegurando a sua estabilidade; braço ou Coluna – peça fixa à base, na qual estão aplicadas todas as outras partes constituintes do microscópio; Tubo ou Canhão – cilindro que suporta os sistemas de lentes, localizando-se na extremidade superior a ocular e na inferior o revólver com objetivas; Platina-peça circular, quadrada ou retangular, paralela à base, onde se coloca a preparação a observar, possuindo no centro um orifício circular ou alongado que possibilita a passagem dos raios luminosos concentrados pelo condensador; Parafuso Macrométrico – engrenagem que suporta o tubo e permite a deslocação da platina, indispensável para fazer a focagem (Reis, 2003).

Objetivo: Avaliar os diversos tipos de microscopias, com seus respectivos avanços e mudanças tecnológicas.

Metodologia: Trata-se de estudo qualitativo, com base em artigos pesquisados no Google acadêmico, Scielo, usando descritores como: microscopia, tecnologia, avanço na microscopia.


Resultados e Discussões: Desde a invenção do microscópio, houve inúmeros avanços, resultando em diferentes tipos de microscópios que atingem o mesmo objetivo, que é a ampliação, embora em graus diversos e por diferentes métodos.  Dentre eles está o microscópio composto que é um dos microscópios mais comuns, o microscópio composto usa duas lentes para ampliar uma estrutura: a lente objetiva e a lente ocular.


Há também o microscópio óptico que é também um tipo comum de microscópio. Usa a luz para iluminar estruturas para o observador por meio de lentes de refração e oculares de vidro. Microscópios fluorescentes funcionam pelo mesmo princípio, mas usam um comprimento de onda diferente de luz.

O microscópio digital é composto por um microscópio, uma câmera de vídeo e uma tela de visualização. Oculares não entram no jogo, já que a imagem pode ser colocada em uma tela de vídeo.

Com os avanços da tecnologia veio o microscópio eletrônico que ao invés de luz, microscópios eletrônicos usam elétrons para fazer a estrutura visível por meio de lentes eletrostáticas e eletromagnéticas. Está entre os mais poderosos tipos de microscópios, com microscópios eletrônicos de varredura produzindo imagens 3D e microscópios de transmissão eletrônica que produzem imagens 2D.

E por fim o microscópio estéreo também conhecido como microscópio de dissecção, tem duas objetivas para capturar luz e criar efeito tridimensional para o observador. Com isso observa-se a importância da microscopia em citologia, pois a mesma é dependente de equipamentos que permitem toda a visualização das células humanas, pois a maioria delas são tão pequenas que não podem ser observadas sem o auxílio de instrumentos ópticos de ampliação.

Considerações Finais: Um dos principais problemas na observação de espécimes (ou amostras) sob o microscópio é que as imagens não possuem muito contraste. Isso acontece principalmente em relação aos espécimes vivos (como é o caso das células), embora pigmentos naturais como o verde das folhas possam dar bom contraste. Uma forma de melhorar o contraste é tratar o espécime com pigmentos coloridos, ou corantes, que se ligam às estruturas específicas dentro dele. Tipos diferentes de microscopia foram desenvolvidos para melhorar o contraste nos espécimes.


Referências Bibliográficas:
REIS, Carlos M.G. Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Castelo Branco.
http://www.ehow.com/facts_5527433_different-kinds-microscopes.html acesso dia 28/02/2013.
MELO, R.C.N. Células & Microscopia: princípios básicos e práticas . Juiz de Fora: Ed. UFJF, 144p. 2002.
 
REIS, C.M.G. Microscopia – Disciplina de Biologia Celular. Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Castelo Branco, Laboratório de Biologia Vegetal. 24p. Apostila. 2003.

TABOGA, S.R. Micoscopia. In: RECCO-PIMENTEL, S.M.; CARVALHO ,H.F. A célula 2001 . cap. 2.. p. 06-14. 2001.

sábado, 2 de março de 2013


BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA

Resumo: 

Ambientes laboratoriais geralmente são locais que oferecem riscos aos profissionais que neles exercem suas atividades, uma vez que encontram-se sob risco de desenvolver doença  por exposição a agentes infecciosos, radiação, produtos químicos e tóxicos, entre outros.
A biossegurança refere-se ao emprego do conhecimento das técnicas e dos equipamentos, com a finalidade de prevenir a exposição do profissional a agentes patogênicos.
Conscientizar o profissional de saúde da importância das técnicas microbiológicas seguras e da incorporação das normas de biossegurança ao seu trabalho diário, é fundamental para manter a segurança dos que ali trabalham, estudam e pesquisam, além de garantir resultados precisos e de qualidade, pois todo trabalho, principalmente laboratorial, deve ser planejado e executado com segurança.

Introdução:

Os laboratórios de microbiologia são ambientes em que as atividades integradas, exigem a convivência de pessoas, agentes, amostras biológicas, equipamentos, reagentes e resíduos num mesmo espaço, sendo inevitável a exposição das pessoas aos diferentes riscos, tais como agentes químicos, físicos, biológicos e ergonômicos, sendo os riscos biológicos um dos principais geradores de periculosidade. As atividades realizadas nesses laboratórios necessitam empregar as normas de segurança, pois uma vez que o fator humano é susceptível aos acidentes, as práticas de biossegurança são indispensáveis (SANGIONI, ET AL, 2011).
A biossegurança é definida como o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, à preservação do meio ambiente e à qualidade dos resultados (TEIXEIRA & VALLE, 2010).
Cada laboratório deve desenvolver ou adotar um manual de biossegurança ou de operações que identifique os riscos que podem ser encontrados e que especifique as práticas e os procedimentos específicos para minimizar ou eliminar as exposições aos perigos. Os funcionários devem receber informações sobre os riscos, ler e seguir todas as praticas e os procedimentos solicitados (Brasil., Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia 3ª edição, Brasília-DF, 2006).
A fonte de exposição está relacionada a procedimentos com risco de ingestão, de inoculação, de contaminação da pele e/ou mucosas e de inalação de aerossóis. Numerosos procedimentos em laboratórios geram aerossóis que podem causar infecções quando inalados. (Departamento de Biomedicina, Universidade Católica de Goiás, Manual de Biossegurança Laboratórios da Área Básica-LAB,2008)
Equipamentos de segurança: são considerados como barreiras primárias de contenção e, juntamente com as boas práticas em laboratório, visam à proteção dos indivíduos e dos próprios laboratórios, sendo classificados como equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC). (PENNA et al., 2010).
Os equipamentos de proteção individual (EPI) compreendem as luvas,aventais, gorros, jalecos, botas, respiradores, escudo ou protetor facial, máscaras faciais, óculos de proteção, entre outros. Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) são capelas, cabines e chuveiros. (Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Microbiologia e Parasitologia, Biossegurança em Laboratórios de Pesquisa, Edmundo C. Grisard, 2009).
A biossegurança em laboratórios de análises clínicas é uma responsabilidade individual, sendo que seus gestores devem garantir um local seguro para o exercício de todas as atividades, uma vez que o problema não está nas tecnologias disponíveis para eliminar e minimizar os riscos e sim, no comportamento inadequado dos profissionais. (Academia de Ciência e Tecnologia Biossegurança em Laboratórios de Análises Clínicas, Larissa Barbosa Zochio,São José do Rio Preto, 2009)

              Equipamento de Proteção Individual (EPI)

EPI e EPC correspondem a todo dispositivo ou produto, de uso individual/coletivo utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. (NR6 – Legislação MTE).
Os equipamentos de segurança são barreiras primárias de contenção, visando proteger o trabalhador e o ambiente laboratorial. Alguns aspectos são relevantes aos profissionais de saúde: Equipamento de Proteção Individual (EPIs) luvas, avental, máscara, macacão, óculos, sapato fechado, botas, além de realizar limpeza, desinfecção e esterilização de materiais e ambiente. (Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia, I Seminário de Boas Práticas de Laboratório- FCM, 2012)

 Equipamento de Proteção Individual (EPI)

EPI e EPC correspondem a todo dispositivo ou produto, de uso individual/coletivo utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. (NR6 – Legislação MTE).
Os equipamentos de segurança são barreiras primárias de contenção, visando proteger o trabalhador e o ambiente laboratorial. Alguns aspectos são relevantes aos profissionais de saúde: Equipamento de Proteção Individual (EPIs) luvas, avental, máscara, macacão, óculos, sapato fechado, botas, além de realizar limpeza, desinfecção e esterilização de materiais e ambiente. (Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia, I Seminário de Boas Práticas de Laboratório- FCM, 2012)

  Equipamento de Proteção Coletiva (EPC)

São equipamentos de proteção usados coletivamente, que também tem a finalidade de evitar acidentes em ambientes laboratoriais, tais como: Cabines, capelas e chuveiros. (Costa e Costa, 2012)

             Níveis de Biossegurança:

Os quatro níveis de biossegurança (NB) consistem em combinações de praticas e técnicas de laboratório, equipamentos de segurança e instalações do laboratório. Cada combinação é especificamente adequada para operações realizadas, vias de transmissões documentadas ou suspeitas de agentes infecciosos e funcionamento ou atividade do laboratório. Os níveis de biossegurança recomendados para os organismos representam as condições nas quais o agente pode ser manuseado com segurança. (Brasil., Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia 3ª edição, Brasília-DF, 2006).


             Nível de Biossegurança 1:

            As praticas, os equipamentos de segurança e o projeto das instalações são apropriados para o treinamento educacional secundário ou para o treinamento de técnicos e de professores de técnicas laboratoriais. Esse conjunto também é utilizado em outros laboratórios onde é realizado o trabalho
com cepas definidas e caracterizadas de microorganismos viáveis, conhecidos por não causarem doenças em homens adultos e sadios  (Bacillus subtilis, o Naegleria gruberi, o vírus da hepatite canina infecciosa, Lactobacillus, Lactococcus, Saccharomyces, Bacillus polymyxa, cepas não patogênicas de E. coli, dentre outros). (Silva et al, 2010)

            Nível de Biossegurança 2:

As praticas, os equipamentos, a planta e a construção das instalações são aplicáveis aos laboratórios clínicos, de diagnostico, laboratorios-escola e outros laboratórios nativos de risco moderado, presentes na comunidade e que estejam associados a uma patologia humana de gravidade variável. Com boas técnicas de microbiologia, esses agentes podem ser usados de maneira segura em atividades conduzidas sobre uma bancada aberta, uma vez que o potencial para a produção de borrifos e aerossóis é baixo, (Espécies de Salmonella (exceto S. typhi), E. coli patogênicas, Proteus, Staphylococcus, Streptococcus, Neisseria, Listeria, dentre outros). (Brasil., Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia 3ª edição, Brasília-DF, 2006).

            Nível de Biossegurança 3:

As praticas, os equipamentos de segurança, o planejamento e a construção das dependências são aplicáveis para laboratórios clínicos, de diagnósticos, laboratórios escola, de pesquisa ou de produções. Nesses locais, realiza-se o trabalho com agentes nativos ou exóticos que possuam um potencial de transmissão via respiratória e que podem causar infecções seria se potencialmente fatais. O Mycobacterium tuberculosis, o vírus da encefalite
de St. Louis e a Coxiella burnetii são exemplos de microorganismos determinados para esse nível. (Silva et al, 2010).

           Nível de Biossegurança 4:

As práticas, os equipamentos de segurança, o planejamento e a construção das dependências são aplicáveis para trabalhos que envolvam agentes exóticos perigosos, que representam alto risco por provocarem doenças. Esses agentes podem ser transmitidos via aerossóis, são microrganismos que causam doenças humanas severas e apresentam risco elevado para os laboratoristas e para a população em geral. Eles são agentes altamente infecciosos que se propagam facilmente, podendo causar a morte das pessoas infectadas, os vírus como os de Marburg ou da febre hemorrágica Crimeia-Congo, são manipulados no nível de biosseguranca 4. (Manual de Biossegurança FUNCESI, Lopes e Nogueira, 2011)

          Vias de Transmissão de Patógenos em Laboratórios de Microbiologia:

Transmissão oral: os agentes infecciosos são transmitidos por via oral, principalmente quando microrganismos patogênicos são isolados em culturas puras e atingem populações elevadas. Esta é uma das razões pelas quais não se deve pipetar com a boca, comer, beber, mascar chicletes, levar a mão ou objetos como caneta ou lápis à boca ou fumar no laboratório. (Departamento de Biomedicina, Universidade Católica de Goiás, Manual de Biossegurança Laboratórios da Área Básica-LAB, 2008)

Transmissão aérea: os microrganismos são transmitidos através da inalação de aerossóis contendo os agentes infecciosos. (Costa e Costa, 2012)

Transmissão cutânea ou parenteral: Esta transmissão ocorre através da pele, pela injeção acidental de espécimes ou culturas microbianas com agulhas ou quando ocorrem acidentes com materiais cortantes. (Brasil., Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia 3ª edição, Brasília-DF, 2006).

Transmissão ocular: Os organismos podem ser transmitidos através da superfície da mucosa ocular através de gotículas ou respingos de culturas que atinjam os olhos. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Segurança e Controle de Qualidade no Laboratório de Microbiologia Clínica).

 Conclusão:

As atividades de ensino, pesquisa e extensão praticadas nos laboratórios de ensino de microbiologia, apresentam inúmeros riscos. Esse fato necessita de normas de segurança destinadas à análise e desenvolvimento de estratégias para minimizá-los, normas estas que estão disponíveis, porém a dificuldade é a conscientização dos profissionais em aplicá-las quanto ao transporte, conservação e manipulação de microrganismos patogênicos.
As pessoas que trabalham no laboratório devem entender todos os procedimentos, funcionamento dos equipamentos e instalações, assim como devem saber da natureza dos agentes infecciosos ou emissores de radiações que são manipulados e as conseqüências da sua realização errônea, displicente e irresponsável.