BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA
Resumo:
Ambientes
laboratoriais geralmente são locais que oferecem riscos aos profissionais que
neles exercem suas atividades, uma vez que encontram-se sob risco de
desenvolver doença por exposição a
agentes infecciosos, radiação, produtos químicos e tóxicos, entre outros.
A
biossegurança refere-se ao emprego do conhecimento das técnicas e dos equipamentos,
com a finalidade de prevenir a exposição do profissional a agentes patogênicos.
Conscientizar
o profissional de saúde da importância das técnicas microbiológicas seguras e
da incorporação das normas de biossegurança ao seu trabalho diário, é
fundamental para manter a segurança dos que ali trabalham, estudam e pesquisam,
além de garantir resultados precisos e de qualidade, pois todo trabalho,
principalmente laboratorial, deve ser planejado e executado com segurança.
Introdução:
Os laboratórios de microbiologia são ambientes em que
as atividades integradas, exigem a convivência de pessoas, agentes, amostras
biológicas, equipamentos, reagentes e resíduos num mesmo espaço, sendo
inevitável a exposição das pessoas aos diferentes riscos, tais
como agentes químicos, físicos, biológicos e ergonômicos, sendo os riscos
biológicos um dos principais geradores de periculosidade. As atividades realizadas nesses laboratórios necessitam empregar as
normas de segurança, pois uma vez que o fator humano é susceptível aos
acidentes, as práticas de biossegurança são indispensáveis (SANGIONI, ET AL,
2011).
A
biossegurança é definida como o conjunto de ações voltadas para a prevenção,
minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa,
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando
à saúde do homem, dos animais, à preservação do meio ambiente e à qualidade dos
resultados (TEIXEIRA & VALLE, 2010).
Cada laboratório deve desenvolver
ou adotar um manual de biossegurança ou de operações que identifique os riscos
que podem ser encontrados e que especifique as práticas e os procedimentos específicos
para minimizar ou eliminar as exposições aos perigos. Os funcionários devem
receber informações sobre os riscos, ler e seguir todas as praticas e os
procedimentos solicitados (Brasil., Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, Biossegurança
em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia 3ª edição, Brasília-DF, 2006).
A
fonte de exposição está relacionada a procedimentos com risco de ingestão, de inoculação,
de contaminação da pele e/ou mucosas e de inalação de aerossóis. Numerosos procedimentos
em laboratórios geram aerossóis que podem causar infecções quando inalados. (Departamento
de Biomedicina, Universidade Católica de Goiás, Manual de Biossegurança
Laboratórios da Área Básica-LAB,2008)
Equipamentos
de segurança: são considerados como barreiras primárias de contenção e,
juntamente com as boas práticas em laboratório, visam à proteção dos indivíduos
e dos próprios laboratórios, sendo classificados como equipamentos de proteção individual
(EPI) e coletiva (EPC). (PENNA et al., 2010).
Os
equipamentos de proteção individual (EPI) compreendem as luvas,aventais,
gorros, jalecos, botas, respiradores, escudo ou protetor facial, máscaras
faciais, óculos de proteção, entre outros. Os equipamentos de proteção coletiva
(EPC) são capelas, cabines e chuveiros. (Universidade Federal de Santa
Catarina, Departamento de Microbiologia e Parasitologia, Biossegurança em
Laboratórios de Pesquisa, Edmundo C. Grisard, 2009).
A biossegurança em laboratórios de análises clínicas
é uma responsabilidade individual, sendo que seus gestores devem garantir um
local seguro para o exercício de todas as atividades, uma vez que o problema
não está nas tecnologias disponíveis para eliminar e minimizar os riscos e sim,
no comportamento inadequado dos profissionais. (Academia de Ciência e Tecnologia Biossegurança
em Laboratórios de Análises Clínicas, Larissa
Barbosa Zochio,São José do Rio Preto, 2009)
Equipamento de Proteção Individual (EPI)
EPI e EPC correspondem a todo dispositivo ou produto, de uso individual/coletivo
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. (NR6 –
Legislação MTE).
Os equipamentos de
segurança são barreiras primárias de contenção, visando proteger o trabalhador
e o ambiente laboratorial. Alguns aspectos são relevantes aos profissionais de
saúde: Equipamento de Proteção Individual (EPIs) luvas, avental, máscara,
macacão, óculos, sapato fechado, botas, além de realizar limpeza, desinfecção e
esterilização de materiais e ambiente. (Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de
Microbiologia, I Seminário de Boas Práticas de Laboratório- FCM, 2012)
Equipamento de Proteção Individual (EPI)
EPI
e EPC correspondem a todo dispositivo ou produto, de uso individual/coletivo
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. (NR6 –
Legislação MTE).
Os equipamentos de
segurança são barreiras primárias de contenção, visando proteger o trabalhador
e o ambiente laboratorial. Alguns aspectos são relevantes aos profissionais de
saúde: Equipamento de Proteção Individual (EPIs) luvas, avental, máscara,
macacão, óculos, sapato fechado, botas, além de realizar limpeza, desinfecção e
esterilização de materiais e ambiente. (Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de
Microbiologia, I Seminário de Boas Práticas de Laboratório- FCM, 2012)
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC)
São
equipamentos de proteção usados coletivamente, que também tem a finalidade de
evitar acidentes em ambientes laboratoriais, tais como: Cabines, capelas e
chuveiros. (Costa e Costa, 2012)
Níveis
de Biossegurança:
Os quatro níveis de biossegurança
(NB) consistem em combinações de praticas e técnicas de laboratório,
equipamentos de segurança e instalações do laboratório. Cada combinação é
especificamente adequada para operações realizadas, vias de transmissões documentadas
ou suspeitas de agentes infecciosos e funcionamento ou atividade do laboratório.
Os níveis de biossegurança recomendados para os organismos representam as
condições nas quais o agente pode ser manuseado com segurança. (Brasil.,
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de
Vigilância Epidemiológica, Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de
Microbiologia 3ª edição, Brasília-DF, 2006).
Nível de
Biossegurança 1:
As
praticas, os equipamentos de segurança e o projeto das instalações são
apropriados para o treinamento educacional secundário ou para o treinamento de técnicos
e de professores de técnicas laboratoriais. Esse conjunto também é utilizado em
outros laboratórios onde é realizado o trabalho
com cepas definidas e caracterizadas de microorganismos viáveis,
conhecidos por não causarem doenças em homens adultos e sadios (Bacillus subtilis, o Naegleria gruberi, o
vírus da hepatite canina infecciosa, Lactobacillus,
Lactococcus, Saccharomyces, Bacillus polymyxa, cepas não
patogênicas de E. coli, dentre
outros). (Silva et al, 2010)
Nível
de Biossegurança 2:
As praticas, os equipamentos, a
planta e a construção das instalações são aplicáveis aos laboratórios clínicos,
de diagnostico, laboratorios-escola e outros laboratórios nativos de risco
moderado, presentes na comunidade e que estejam associados a uma patologia
humana de gravidade variável. Com boas técnicas de microbiologia, esses agentes
podem ser usados de maneira segura em atividades conduzidas sobre uma bancada
aberta, uma vez que o potencial para a produção de borrifos e aerossóis é
baixo, (Espécies de Salmonella (exceto S. typhi),
E. coli patogênicas, Proteus,
Staphylococcus, Streptococcus, Neisseria, Listeria, dentre outros). (Brasil., Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância
em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, Biossegurança em
Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia 3ª edição, Brasília-DF, 2006).
Nível de Biossegurança 3:
As praticas, os equipamentos de segurança,
o planejamento e a construção das dependências são aplicáveis para laboratórios
clínicos, de diagnósticos, laboratórios escola, de pesquisa ou de produções.
Nesses locais, realiza-se o trabalho com agentes nativos ou exóticos que
possuam um potencial de transmissão via respiratória e que podem causar
infecções seria se potencialmente fatais. O Mycobacterium tuberculosis, o vírus da encefalite
de St. Louis e a Coxiella burnetii são exemplos de microorganismos determinados para esse
nível. (Silva et al, 2010).
Nível
de Biossegurança 4:
As práticas, os equipamentos de segurança,
o planejamento e a construção das dependências são aplicáveis para trabalhos
que envolvam agentes exóticos perigosos, que representam alto risco por
provocarem doenças. Esses agentes podem ser transmitidos via aerossóis, são microrganismos
que causam doenças humanas severas e apresentam risco elevado para os
laboratoristas e para a população em geral. Eles são agentes altamente
infecciosos que se propagam facilmente, podendo causar a morte das pessoas
infectadas, os vírus como os de Marburg ou da
febre hemorrágica Crimeia-Congo, são manipulados no nível de biosseguranca 4. (Manual de Biossegurança FUNCESI, Lopes e
Nogueira, 2011)
Vias de
Transmissão de Patógenos em Laboratórios de Microbiologia:
Transmissão
oral: os agentes infecciosos são transmitidos por
via oral, principalmente quando microrganismos patogênicos são isolados em
culturas puras e atingem populações elevadas. Esta é uma das razões pelas quais
não se deve pipetar com a boca, comer, beber, mascar chicletes, levar a mão ou
objetos como caneta ou lápis à boca ou fumar no laboratório. (Departamento de
Biomedicina, Universidade Católica de Goiás, Manual de Biossegurança
Laboratórios da Área Básica-LAB, 2008)
Transmissão aérea:
os microrganismos são transmitidos através da inalação de aerossóis contendo os
agentes infecciosos.
(Costa e Costa, 2012)
Transmissão
cutânea ou parenteral: Esta transmissão ocorre através da
pele, pela injeção acidental de espécimes ou culturas microbianas com agulhas
ou quando ocorrem acidentes com materiais cortantes. (Brasil., Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância
em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, Biossegurança em
Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia 3ª edição, Brasília-DF, 2006).
Transmissão
ocular: Os organismos podem ser transmitidos através
da superfície da mucosa ocular através de gotículas ou respingos de culturas
que atinjam os olhos. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Segurança e Controle de
Qualidade no Laboratório de Microbiologia Clínica).
Conclusão:
As
atividades de ensino, pesquisa e extensão praticadas nos laboratórios de ensino
de microbiologia, apresentam inúmeros riscos. Esse fato necessita de normas de
segurança destinadas à análise e desenvolvimento de estratégias para
minimizá-los, normas estas que estão disponíveis, porém a dificuldade é a
conscientização dos profissionais em aplicá-las quanto ao transporte,
conservação e manipulação de microrganismos patogênicos.
As
pessoas que trabalham no laboratório devem entender todos os procedimentos, funcionamento
dos equipamentos e instalações, assim como devem saber da natureza dos agentes
infecciosos ou emissores de radiações que são manipulados e as conseqüências da
sua realização errônea, displicente e irresponsável.